salva vidas de Jesus

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tradutor google

quinta-feira, 2 de julho de 2009

mornidao espiritual


A mornidão espiritual é uma atitude fatal para quem um dia começou a servir a Deus.

nesta edicao estudaremos dois comportamentos que advêm do próprio interior do homem: a mornidão espiritual e a falta de amor. Estes dois “inimigos íntimos” são grandes obstáculos para que sejamos vencedores na “batalha contra o mal”.

- A mornidão espiritual é o pior estado que se estabelece na vida de alguém que um dia teve um encontro pessoal e verdadeiro com Cristo. Este estado, figurado na igreja de Laodicéia, é a situação que nos faz abomináveis a Deus e que caracterizará todos quantos, no dia do arrebatamento, selarão seu triste destino sem Deus sobre a face da Terra.

– O QUE É MORNIDÃO ESPIRITUAL

- A palavra “morno” aparece uma só vez no texto sagrado, em Ap.3:16, quando o Senhor Jesus assim descreve, na carta que mandou João escrever à igreja de Laodicéia, o estado espiritual daquela igreja. É a palavra grega “chliarós” (???????). Em português, a palavra “morno” tem origem incerta. Alguns estudiosos entendem que esta palavra vem do latim “vulturnus”, nome de um vento, o “vento do sudoeste”, que era um vento que trazia um calor abafado, tanto que os romanos logo passaram a chamar de “vulturnus” o próprio calor abafado, palavra esta que teria dado origem ao português “butorno”, que logo foi substituído pelo correspondente espanhol “modorro”, que se transformou em “modorra”, cujo significado é “sonolência causada por certos tipos de doença”, “desejo irresistível de dormir, ainda que não provocado por doença”, “grande desânimo ou prostração”, “apatia”, “indolência”.

- “Morno” significa “aquela temperatura que varia entre o quente e o frio”, “pouco aquecido”, “que demonstra pouca energia, pouca intensidade”, “desprovido de calor, de efervescência, de vida”, “monótono”, “aborrecido”. Além de “morno”, palavra que nos vem do uso popular, este mesmo significado é também conferido pela palavra de origem erudita “tépido”, que vez da raiz latina “tepor”, cujo sentido é “pouco quente” e que deu origem também a palavras como “tibiez” ou “tibieza”, cujo significado é “estado de fraqueza, de debilidade, de frouxidão”.

- Vemos, pois, em primeiro lugar, que a mornidão se caracteriza por ser uma temperatura que está entre o quente e o frio. O próprio Senhor, na carta à igreja de Laodicéia, bem demonstra isto, dizendo que aquela igreja não era nem fria, nem quente e que antes fosse uma coisa ou outra e não “morna”. O resultado da mornidão era terrível: por causa desta mornidão, aquela igreja seria vomitada pelo Senhor, ou seja, lançada fora da presença de Deus. Mas por que uma atitude tão drástica em virtude da “mornidão”?

- A “mornidão” é uma temperatura entre o quente e o frio, é o resultado de uma mistura entre o quente e o frio. Não há, na natureza, um estado de mornidão. A mornidão é sempre fruto de uma mistura entre o quente e o frio. Esta circunstância se entendia bem na cidade de Laodicéia, onde ficava a igreja para a qual o Senhor Jesus mandou esta carta.

- Laodicéia era uma cidade fundada pelos romanos no vale do rio Lico, na atual Turquia, perto da atual cidade de Denizli. Não muito distante de Colossos e de Hierápolis, Laodicéia havia sido construída pelos romanos no meio da construção de estradas melhores que facilitassem a comunicação entre Roma e a Ásia Menor. Por ter sido construída como um entroncamento das principais estradas da região, Laodicéia já nasceu destinada a ter uma prosperidade material, tornando-se importante centro comercial.

- Apesar de sua localização privilegiada em termos de transporte, Laodicéia estava numa região extremamente carente de água. O abastecimento de água sempre foi o grande problema de Laodicéia que, para tanto, precisou construir uma grande rede de aquedutos (ou seja, canais que trouxessem água de outras regiões), principalmente das regiões das duas principais cidades vizinhas: Hierápolis e Colossos. As fontes de águas, no entanto, mostraram-se não ser úteis para o consumo. Havia muitas fontes de águas termais, ou seja, águas quentes, que chegavam mornas em Laodicéia, sendo insuficientes as águas frias que vinham também para abastecer a região. O resultado é que as águas que chegavam a Laodicéia eram impróprias para uso, causando, muitas vezes, vômitos para os que as utilizavam.

- Como se percebe, pois, a mornidão é uma situação de mistura, um estado artificial, não existente na natureza, criado pela ação humana, que lhe causa danos e prejuízos em sua saúde e na sua própria sobrevivência. A “mornidão espiritual” não é diferente. Ela é o resultado da mistura que o homem provoca entre coisas que são de naturezas completamente opostas. Assim como o quente e o frio são contrários e não podem ser misturados sem dano, também o santo e o profano, o puro e o impuro, o certo e o errado não podem ser misturados sem dano espiritual. A “mornidão espiritual” é, portanto, o resultado da mistura entre o puro e impuro, o limpo e o imundo, entre o santo e o pecaminoso, um comportamento que sempre abominável aos olhos do Senhor (Ez.22:26).

- Mas, “mornidão” , também, é “estado de pouco aquecimento”, ou seja, uma situação em que há deficiência de transmissão de calor, em que há insuficiente concessão de calor. Temos aqui que a “mornidão” é o resultado de um processo de “aquecimento” que é interrompido, é paralisado antes do tempo. Quando algo começa a ser aquecido, não passa imediatamente do frio para o quente. É preciso todo um processo para que o frio se torne quente e, se este processo é paralisado antes que se consiga o aquecimento, temos um estado de mornidão.

- A “mornidão espiritual” não é diferente. É, também, um estado provocado pela interrupção, pela paralisação do “aquecimento espiritual”. A vida espiritual é uma vida, como não temos cansado de dizer em nossos estudos. Uma vida é uma continuidade, é uma constância. Não é por outro motivo que as Escrituras denominam a “vida espiritual” de expressões como “carreira” (At.13:25; 20:24; II Tm.4:7; Hb.12:1), “jornada”(III Jo.6 ARA), “caminho” (Jo.14:4; At.16:17; 18:25; 19:9,23; 24:14,22; Rm.3:17; II Pe.2:2) e o convívio com o Senhor de “andar” (Gn.5:24; 6:9; 17:1; 24:40; Sl.26:3; Rm.8:1) “prosseguir” (Os.6:3; Fp.3:12,14) e “correr” (Sl.119:32.; I Co.9:26; Gl.5:7).

- A “mornidão espiritual”, porém, é uma paralisação deste processo, é uma interrupção antes que se consiga o “aquecimento”. Para-se a carreira sem que se tenha alcançado a linha de chegada; para-se a jornada, sem que se tenha chegado ao destino; deixa-se o caminho, ficando à sua beira, ao seu largo, sem condições de trilhá-lo e, então, se atingir o propósito anteriormente estabelecido. Não mais se anda, não se prossegue, não se corre mais. A “mornidão espiritual” é, portanto, esta “parada” na continuidade da vida com Deus.

- Esta “parada”, esta “estagnação” não é jamais aprovada pela Palavra de Deus. O Senhor, nas Escrituras, manda que estejamos sempre continuando a convivência com Ele, que jamais deixemos de andar, prosseguir ou correr: “Levantai-vos e andai, porque não será aqui o vosso descanso; por causa da corrupção que destrói, sim, que destrói grandemente” (Mq.2:10). A paralisação do crescimento espiritual, a interrupção do processo de caminhada com Deus traz inevitavelmente a morte espiritual, em especial nos dias difíceis por que passamos. A corrupção, diz o profeta, destrói grandemente e se pararmos a nossa jornada, impondo-nos a “mornidão espiritual”, estaremos fadados a nos corromper. O que acontece com um aparelho ou um bem que não mais usamos, que deixamos parado? Ele se deteriora. Assim também ocorre com cada um daqueles que, interrompendo sua jornada, entra em estado de “mornidão espiritual”.

- O terceiro significado de “mornidão” está bem vinculado ao anterior. “Morno” é o que tem “pouca energia, pouca intensidade”. Como houve paralisação do processo de “aquecimento”, o calor transmitido, a energia transmitida é pouca, é insuficiente para que produza algum resultado útil, para que se alcance o objetivo previsto, o alvo desejado. Fica-se aquém do esperado, não se consegue satisfazer as exigências estabelecidas.

- A “mornidão espiritual” é uma situação em que não se tem energia suficiente para se alcançar o fim da vida espiritual, que é a vida eterna, o convívio eterno com o Senhor. O objetivo de todo servo de Deus é a vida eterna. O texto áureo da Bíblia mostra-nos que Deus enviou o Seu Filho Unigênito para que todo aquele que nEle crê, não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo.3:16). A vida eterna é o que Deus almeja a cada homem, “o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o Seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus.”(Ap.21:3).

- A “mornidão espiritual”, porém, impede a pessoa de alcançar a vida eterna. Não há energia suficiente, não há força bastante para que se consiga vencer o mundo e o pecado. A “mornidão espiritual” é um estado de “pouca energia”, de “pouca intensidade”. Por isso, não se terá condições de vencer o mundo e o pecado e, cedo ou tarde, a pessoa estará privada da graça de Deus, das riquezas espirituais, da própria salvação. Jesus disse a real condição da igreja de Laodicéia: desgraçada, miserável, pobre, cega e nu. Esta é a situação que advém da “mornidão espiritual”, porquanto há “pouca energia, pouca intensidade”. Para vencermos o mundo, precisamos estar cheios do Espírito Santo (Ef.5:18), ter suficiência de vida, ter vida plena, o que não se tem no estado de “mornidão espiritual”.

- O quarto significado de “morno” é “desprovido de calor, de efervescência, de vida, monótono, aborrecido”. Mais um significado bem relacionado aos anteriores. A “mornidão espiritual” caracteriza-se pela falta de calor, de efervescência, ou seja, pela falta de “fervor”. “Fervor” vem da raiz latina “ferv”, cujo significado é “ferver, estar fervendo, queimar, estar queimando, fermentar, estar agitado, estar em grande atividade, estar cheio de, abundar”. Sua origem é a raiz indo-européia “bher”, que significa “agitação”, “calor”.

- A “mornidão espiritual” representa um estado de falta de calor, de falta de agitação. Quando vemos uma quantidade de água fervendo, percebemos que há uma intensa agitação na superfície da água. A água está em constante movimento e há formação de bolhas, de vapor e ninguém consegue se aproximar da superfície da água sem se queimar. Aliás, a água fervendo traz grandes males à pele humana, quando esta entra em contacto direto com ela.

- Nada disse se passa, porém, quando estamos diante da água morna, que, em vez de atacar o homem, pelo contrário, traz um relaxamento, uma frouxidão, um entorpecimento. Este é o grande perigo da “mornidão espiritual”: a falta de agitação, a falta de calor gera o conformismo, a adequação ao meio-ambiente. Em vez da água fervente, que não pára quieta, que não deixa ninguém se aproximar e que fere tudo o que é carnal, a água morna se amolda ao que está ao seu redor, toma a feição e as características do ambiente, não se importa com coisa alguma, é parada, irrelevante, influenciada e não influenciadora.

- A “mornidão espiritual” representa este estado de conformismo, de assunção dos valores mundanos, de mudança de valores. A “mornidão espiritual” não impede a aproximação do pecado e do mundo e, bem ao contrário, permite a acomodação de tudo quanto não tem parte com a santidade e com a pureza na vida de quem é “morno”. Passa-se a ter uma coabitação com o pecado, o que é desastroso, porque Deus continua a ser um “fogo consumidor” (Hb.12:29), continua a ser o Deus que abomina o pecado e que está sempre distante disto, prossegue sendo o Deus que está querendo distribuir brasas vivas a todos quantos querem servi-lO. O verdadeiro servo de Deus não se conforma com o mundo, mas se transforma pela renovação do seu entendimento (Rm.12:2).

- A “mornidão espiritual” também traz uma “monotonia”, um “aborrecimento” na vida da pessoa. Como não há agitação, como não há movimento, tudo fica parado, estagnado, torna-se monótono. A monotonia é a “ausência de variedade, de diversidade, de multiplicidade em alguma coisa que geralmente se caracteriza pela presença de componentes diversos”. Ora, a vida espiritual, a convivência com Deus é, precisamente, um ambiente em que sempre há variedade, em que sempre há diversidade. As misericórdias do Senhor são novas a cada manhã (Lm.3:23), a cada manhã o Senhor traz à luz a Sua justiça, mesmo no meio da opressão (Sf.3:5), o servo de Deus vive sempre em novidade de vida (Rm.6:4).

- Este é o motivo pelo qual a vida espiritual é comparada a uma fonte de água que salta para a vida eterna (Jo.4:14), porque uma característica da fonte é a de nunca ter a mesma água, mas, ao contrário, é sempre um nascedouro de água, um local onde sempre água nova surge, sem interrupção, sem parada. Entretanto, a “mornidão espiritual” caracteriza-se pela “monotonia”, ou seja, em vez de fonte de água, temos a presença de “cisternas rotas” (Jr.2:13), poços cavados para obter a água da chuva, poços secos, que não têm água e que quando a água surge, não é retida, é perdida e a que fica, lamentavelmente, serve apenas para causar males, pois se torna em criadouro de moléstias (que o diga a dengue…) e de toda espécie de danos.

- A “mornidão espiritual” transforma a fonte de água viva em cisterna rota, em água parada e estagnada. A água fervente que não permitia a aproximação de quem quer que seja, passa a ser criadouro de toda a espécie de inseto, verme e outras criaturas prejudiciais à saúde. A fonte que matava a sede pela pureza de suas águas, passa a ser uma cisterna de água estagnada, contaminada e mal cheirosa. A agitação que movimentava o ambiente, que transformava vidas, torna-se a monotonia, a mesmice que não muda coisa alguma, que só acrescenta mau cheiro (os “escândalos”), doença (as “heresias” e os “falsos ensinos”) e morte.

- Por fim, temos que o significado de “tépido”, a palavra erudita que corresponde ao significado de “morno” é “fraco, débil, frouxo”. A “mornidão espiritual” é um estado de fraqueza espiritual. A fraqueza espiritual distingue-se da fraqueza material. Esta se apresenta como uma aparência de moleza, de debilidade, de falta de vigor. Quando falamos em fraqueza, no sentido material, logo nos vem à mente as pessoas doentes, que se encontram quase sempre pálidas, sem cor, sem força, andando, falando, enfim, vivendo com dificuldade.

- A fraqueza espiritual, entretanto, é diferente. Ela não tem aparência de debilidade, mas, bem ao contrário, a fraqueza espiritual é identificada exatamente pela sua aparência de robustez. O apóstolo Paulo descreveu, de modo bem feliz, este tipo de fraqueza, ao dizer: “…sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando estou fraco, então, sou forte.” (II Co.12:10).

- A fraqueza espiritual apresenta-se sempre quando alguém se acha forte, quando diz para si e para todos quantos o cercam de que está bem, de que não precisa de coisa alguma que venha da parte de Deus. Quando alguém se considera forte é porque está fraco espiritualmente. A fraqueza espiritual não se demonstra por falta de vigor, mas se apresenta como arrogância, como soberba, como auto-suficiência diante de Deus.

- A fraqueza espiritual da igreja de Laodicéia mostra-se logo no início de suas afirmações. Aquela igreja, a começar do seu anjo (i.e., do seu dirigente), enchia o peito e dizia para todos, com evidente e louca soberba: “Rico sou e de nada tenho falta” (cfr. Ap.3:17). Ora, é nesta tola manifestação que se verifica a fraqueza espiritual. Ao dizer que não precisava de coisa alguma, aqueles crentes mostravam o seu estado de “mornidão espiritual”, pois só temos força espiritual quando reconhecemos a nossa insignificância, a nossa pequenez, o nosso nada diante de Deus. O servo de Deus que é espiritualmente forte, como Paulo, é forte porque reconhece que é fraco. O verdadeiro forte espiritual é aquele que se manifesta como o salmista: “Eu sou pobre e necessitado; mas o Senhor cuida de mim”(Sl.40:17a).

- A “mornidão espiritual” é um estado de fraqueza espiritual e esta fraqueza se verifica no sentimento de auto-suficiência, de arrogância, de orgulho e de soberba do homem que tem a petulância, o desatino, a loucura de dizer que não precisa de Deus, de que “pode se virar sozinho” neste mundo. Como temos visto ao longo deste trimestre, é este um dos sentimentos dominantes, senão o predominante, nos tempos trabalhosos e, portanto, o estado de “mornidão espiritual” traz aquilo que é, sem dúvida, um dos maiores males da humanidade: a recusa em se submeter ao senhorio de Deus.

II – AS CAUSAS DA MORNIDÃO ESPIRITUAL

- Visto o que é a mornidão espiritual, temos de, agora, verificar como ela surge no meio do povo de Deus, quais são as suas causas, a fim de que não nos deixemos atingir por ela, pois, como dissemos supra, é ela um dos “inimigos íntimos”, um dos “inimigos de nossa própria casa”, visto que a mornidão espiritual, ao contrário dos desafios que temos estudado ao longo deste trimestre (o mundanismo contra a família, o sistema educacional, o ataque maligno contra a saúde física e mental do homem como também à atividade da igreja, o relativismo ético, a tecnologia a serviço do mal e os falsos ensinos), que vêm de fora para dentro de nós, a mornidão é algo que surge dentro de cada salvo, a corroer-lhe a salvação e, neste sentido, como disse Jesus, “…os inimigos do homem são os da sua própria casa” (Mq.7:6 “in fine”), casa que pode ser considerada, também, não só como nossa família, como também como cada um de nós (Hb.3:6).

- A primeira causa da “mornidão espiritual” é o sentimento de auto-suficiência. “Rico sou e de nada tenho falta” é a expressão que dá início à mornidão espiritual, é o primeiro fator que é apontado pelo Senhor Jesus na identificação da mornidão da igreja de Laodicéia, que resultaria no seu vômito da boca do Senhor.

- O homem não pode jamais se esquecer de que é menos do que nada diante de Deus (Is.40:17; 41:24). Feito para ser o dominador sobre a criação na face da Terra (Gn.1:26), o homem depende exclusivamente da bênção do Senhor para cumprir o propósito a ele estabelecido pelo próprio Deus (Gn.1:28). Tudo quanto o homem desfruta, tudo o que o homem tem é resultado da misericórdia e da providência de Deus (Gn.1:29,30). Sem o Senhor, nada podemos fazer (Jo.15:5).

- Quando, porém, o homem se deixa iludir pela sua própria concupiscência e, a exemplo do primeiro casal, entende de querer viver sem Deus, de querer seguir um rumo próprio na sua existência, de “proclamar sua independência” de Deus, temos instalada a principal causa da “mornidão espiritual”. “Querer ser igual a Deus” foi sempre o grande mal do ser humano. “Querer ser o dono do seu nariz”, “querer tomar conta da sua vida”, a grande mentira que o diabo tem contado a milhões e milhões de seres humanos e que tem levado multidões para a perdição.

- Há um grande risco quando alguém, tendo conhecido a Cristo e O aceitado como seu único e suficiente Senhor e Salvador, começa a entender que pode servir a Deus “do seu jeito”, “à sua maneira”. “Rico sou e de nada tenho falta”, ou seja, “não preciso fazer isto ou aquilo para me salvar”, “tal e qual exigência da Bíblia não vale mais para o nosso tempo”, “isto era naquele tempo, agora não é necessário”, “isto não faz mal, é implicância da igreja (ou do pastor)” é um fator de “mornidão espiritual” e tem levado muitos, mas muitos mesmo, à perdição.

- Não podemos discutir com Deus o que Ele nos manda fazer. Não podemos selecionar o que se encontra na Sua Palavra. Não podemos determinar o que se deve seguir e o que não se deve seguir nas Escrituras. Temos, tão somente, de reconhecer que somos menos do que nada e que, por misericórdia, desfrutamos a salvação na pessoa de Cristo Jesus e, por isso, devemos Lhe ser obedientes. Aliás, as palavras de Jesus são claríssimas a respeito: “Vós sereis Meus amigos, se fizerdes o que Eu vos mando” ( Jo.15:14).

- A proliferação de movimentos religiosos nos dias em que vivemos, em especial de denominações ditas evangélicas, é, em grande parte, conseqüência deste sentimento de auto-suficiência. Muitos são aqueles que não aceitando se submeter à Palavra de Deus, criam “atalhos”, “meios mais fáceis” de servir a Deus. São eles que determinam como se deve servir ao Senhor. Querem “comodidade”, facilidades mil, porque se consideram ricos e de nada têm falta. Assim sendo, têm sua própria maneira de servir ao Senhor, a maneira mais cômoda e leve possível. Esquecem-se, porém, que, para servirmos a Deus, devemos, antes de tudo, renunciar a nós mesmos, negar a nós mesmos (Mc.8:34; Lc.9:23).

- Mas, além do sentimento de auto-suficiência, também causa a “mornidão espiritual” a estagnação do crescimento espiritual. Como se viu, a mornidão é a interrupção do processo de aquecimento. Diz o apóstolo Tiago que devemos nos chegar a Deus que Ele Se chegará a nós (Tg.4:8). Tem-se, portanto, um processo duplo: o homem se aproxima de Deus e, como conseqüência disto, Deus também Se aproxima do homem. Tendo o homem tomado a iniciativa, Deus também vai em direção ao homem.

- É preciso que o homem se converta, ou seja, mude de direção, deixe de seguir aos desejos de sua natureza pecaminosa, e se vire para onde Deus está a lhe esperar. Vemos bem esta situação tipificada na chamada de Moisés, quando é dito que tudo começou porque Moisés resolveu se virar e ver o que ela aquilo que estava a ver (i.e., a sarça que ardia mas não se consumia) (Ex.3:3). Este processo é contínuo, não pode ser paralisado, pois “…a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito” (Pv.4:18). Este dia perfeito somente será alcançado na glorificação (I Co.15:52-54) e, por isso, temos de perseverar até o fim (Mt.24:13), sendo firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor (I Co.15:58).

- Temos, portanto, de nos aproximar diariamente de Deus (Sl.73:28), sabendo que isto é bom, porque, quando nos aproximamos dEle, Ele Se aproxima de nós. Esta aproximação faz com que Deus Se rebaixe até o nosso nível, desça de Sua grandeza para poder compartilhar conosco de Suas misericórdias (Ex.3:7,8; Jo.6:38; At.7:34). Mas, ao mesmo tempo que Deus desce, o homem cresce. Quanto mais nos aproximamos de Deus, maior é o nosso crescimento. A vida espiritual é uma vida de crescimento, crescimento que se dá na graça e no conhecimento de Jesus Cristo (Cl.1:10; II Pe.3:18), em sabedoria (Pv.9:9). O crescimento é resultado do nascimento do Sol da Justiça em nós (Ml.4:2). A igreja, o povo de Deus na Terra, tem de crescer para templo santo do Senhor (Ef.2:21) e fazer com que a Palavra de Deus cresça e prevaleça (At.19:20). Devemos crescer em tudo nAquele que é a cabeça, Cristo (Ef.4:15).

- Quando, porém, paramos este processo, quando deixamos de crescer, então advém a “mornidão espiritual”. Deixar de se aproximar de Deus, deixar de chegar a Deus nada mais é que interromper o processo de crescimento espiritual. Como se faz isto? Deixando de orar, de meditar na Palavra de Deus, de buscar a presença do Senhor, de pedir e buscar as bênçãos espirituais.

- A “mornidão espiritual” tem se instalado em muitas vidas porque há uma paralisação na vida devocional. As pessoas não oram mais, não lêem a Bíblia, não jejuam, não pedem o batismo com o Espírito Santo nem os dons espirituais, não têm interesse em exercer os talentos que lhes foram confiados pelo Senhor. Querem servir a Deus de um modo cômodo, sem esforço nem dedicação. O resultado é que não mais se viram para ver a sarça que está ardendo sem se consumir e, por isso, não mais dialogam com Deus, não mais sentem a Sua presença, a Sua glória, não mais se dispõem a realizar tarefas inadiáveis, que atendem ao clamor e aos gemidos do povo do Senhor, que vive, como temos visto neste trimestre, por períodos de grande angústia e necessidade.

- Nosso modelo é o Senhor Jesus, que jamais se descuidou da Sua vida devocional. Cumpria e conhecia as Escrituras, sempre as citando, sempre nelas meditando, ainda quando se encontrava em agonia na cruz do Calvário (Jo.19:28). Nasceu orando (Hb.10:5-9), viveu orando (Mt.14:23; Mc.6:46; Lc.9:29; Lc.22:44) e morreu orando (Lc.23:46). Determinou que os Seus servos pedissem as bênçãos espirituais, que lhes seriam concedidas ante a insistência (Mt.7:11; Lc.11:13), porque Ele mesmo o pediu (Jo.11:41,42).

- No entanto, muitos têm deixado de crescer, tornam-se verdadeiros “anões espirituais”, pessoas que, pelo tempo, deveriam ser mestres, mas que carecem ainda de um tratamento dado a recém-nascidos (Hb.5:12). Verdadeiras “crianças espirituais”, que, sendo meninos, fazem coisas de menino (I Co.13:11). São “débeis mentais espirituais”, que transtornam a obra de Deus e a si mesmos, deixando que a carnalidade lhes domine (I Co.3:1-3) e o resultado da carnalidade é a privação do Espírito de Deus na vida, é o desagrado a Deus (Rm.8:5-8).

- Outro fator que causa a “mornidão espiritual” é a falta do amor. Morno é o que é desprovido de calor, de fervor, de vida. Ora, quando o homem aceita a Cristo, é justificado pela fé, passa a ter paz com Deus e tem derramado no seu coração o amor de Deus pelo Espírito Santo (Rm.5:1-5). Quando, porém, falta este amor, não há como se produzir o calor do Espírito. Este fator é tão importante que se constitui num “inimigo íntimo” independente, mormente nos tempos trabalhosos em que vivemos, de tanta importância que será o objeto da nossa próxima lição.

- Mas, vimos, também, que a mornidão é um “calor abafado” e “abafar” é “sufocar”, “impedir a respiração”,”perder o ânimo”, “esmorecer”. Ora, uma das causas da “mornidão espiritual” é, portanto, o “abafo”, a “perda do ar” e sabemos que, em termos espirituais, o “ar” é o Espírito Santo de Deus. Assim, causa “mornidão espiritual” tudo aquilo que não deixa o Espírito Santo Se mover, que não dá liberdade ao Espírito Santo. Daí a recomendação do apóstolo: “não extingais o Espírito” (I Ts.5:19), que, na Nova Tradução na Linguagem de Hoje, encontra uma interessante variante: “não atrapalhem a ação do Espírito Santo”.

- Nos dias em que vivemos, muitos crentes têm entrado em estado de “mornidão espiritual” porque não permitem que o Espírito Santo possa atuar nas suas vidas. Resistem ao Espírito Santo, não ouvem a Sua voz e o resultado disto é que entram na triste situação de mornidão. Somente conseguimos vencer o mal, ter liberdade frente ao pecado e ao mundo se, e somente se, dermos ouvido ao Espírito Santo, pois “…onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.”( II Co.3:17b).

- Infelizmente, muitos são os que não mais ouvem a voz do Espírito Santo. Endurecem os seus corações e não aceitam a direção do Santo Espírito, cuja função é nos ensinar todas as coisas e nos fazer lembrar o que Jesus ensinou (Jo.14:26). Muitos cometem os mesmos erros dos judeus que, ao longo de sua história, sempre resistiram ao Espírito de Deus (At.7:51).

- Quem resiste ao Espírito de Deus, quem endurece a sua cerviz, ou seja, não renuncia a si mesmo, não assume a vontade de Deus na sua vida mas, ao contrário, quer fazer o que bem entende, “não abre mão” de suas vontades, sonhos e projetos, entra em estado de “mornidão espiritual”. Estêvão chamava-os de “incircuncisos de coração e ouvido”, ou seja, pessoas que não assumem qualquer compromisso com Deus, que se apartam da aliança proposta pelo Senhor, porque não se submetem a Ele e à Sua vontade, rejeitando a Palavra do Senhor.

- Os dias em que vivemos são dias em que muitos não querem mais ouvir a Deus. Por causa disto, correm atrás de “doutores conforme as suas próprias concupiscências”, pois têm comichões nos ouvidos e só ouvem aquilo que querem ouvir (II Tm.4:3). Pecam e não querem saber de deixar de pecar e, o que é pior, acham que Deus tem de aceitá-los deste jeito. Por isso, entram em estado de “mornidão espiritual”, porque “abafaram” o Espírito de Deus, sufocaram-nO, fazem questão de não ter mais a Sua doce presença e companhia.

- Com o “abafamento” do Espírito, temos que não se pode manter o fervor espiritual. Sem ar, o fogo se apaga, o fogo não se mantém. A vida do crente era figurada no fogo do altar, que deveria arder continuamente, jamais poderia ser apagado (Lv.6:13), mas, para isso duas coisas eram necessárias: o comburente, que é o que reage com a substância para que haja a queima e o combustível, que é aquilo que é queimado.

- Na vida espiritual, para que não tenhamos “mornidão espiritual”, também se faz necessário que se mantenha o fogo aceso e, para isto, precisamos de comburente e de combustível espirituais. Faz-se necessário que ouçamos e sigamos a direção do Espírito Santo, que Ele esteja presente em nossas vidas. Ele é o comburente, aquele que reage com aquilo que vai ser queimado. Todos sabemos que, na vida física, o principal comburente é o oxigênio, encontrado no ar. O comburente espiritual é o Espírito Santo, o “vento de Deus”. Seu soprar é indispensável para todos aqueles que são nEle nascidos (Jo.3:8).

- Já o combustível, aquilo que havia de ser queimado, era, na figura do altar, a lenha, que deveria sempre abastecer o fogo, ou seja, a madeira (Lv.6:12). “Lenha” é a madeira, mais ou menos fragmentada, que é usada como combustível. A lenha, que é madeira, representa aqui cada um de nós, o nosso próprio ser, pois madeira fala de humanidade, de fragilidade. Precisamos nos fragmentar, isto é, precisamos nos fazer em pedaços, nos humilhar diante de Deus, para que, então, possamos ser usados por Ele e, assim, termos o fogo do altar ardendo continuamente em nós.

- A “mornidão espiritual” provém de pessoas que não aceitam se humilhar diante de Deus, que são orgulhosas, soberbas e que não admitem se submeter ao Senhor. Entretanto, a Bíblia diz que devemos nos humilhar debaixo da potente mão de Deus (I Pe.5:6), perante o Senhor (Tg.4:10). Deus não só dá graça aos humildes (Tg.4:6; I Pe.5:5), como também o salva (Jó 22:29) e para ele atenta (Sl.138:6). O humilde de espírito obterá honra (Pv.29:23b) e só é semelhante a Cristo quem for humilde de coração (Mt.11:29).

III – CONSEQÜÊNCIAS DA MORNIDÃO ESPIRITUAL

- Em Sua carta à igreja de Laodicéia, o Senhor Jesus mostra as tristes conseqüências da mornidão espiritual. Ele afirma que, por causa da mornidão, vomitaria da Sua boca aquela igreja, ou seja, lançá-la-ia fora da Sua presença, um gesto extremo e drástico, mas que revela quão abominável para o Senhor é esta situação espiritual, situação em que, lamentavelmente, se encontram muitos, mas muitos mesmos, dos que cristãos se dizem ser.

- Podemos, então, dizer que a conseqüência final, o último resultado da mornidão espiritual é a morte espiritual, a perdição eterna. Estas pessoas, que estavam no interior do corpo de Cristo, que pertenciam à Igreja, são, por fim, lançadas fora do corpo, são “vomitadas”. Devemos notar que eram pessoas que estavam “dentro do corpo”, mas que são lançadas fora em virtude da sua mornidão, algo que, como já vimos, era comum em Laodicéia, em virtude da mornidão das águas ali trazidas pelos aquedutos.

- Mas antes que venha esta conseqüência final, o Senhor Jesus diz que algumas características, alguns “frutos” advinham da vida de quem está sob mornidão espiritual. O processo de vômito não é imediato, nem o poderia ser, visto que o Senhor não tem prazer na morte do ímpio (Ez.33:11), mas, antes, quer que ele se salve e se converta dos seus maus caminhos (Ez.18:23; I Tm.2:4). Não nos iludamos, pois: quando alguém é lançado fora da igreja, demonstra toda a sua impiedade de modo escandaloso e, quiçá, irreversível, isto não ocorreu de um momento para outro, mas foi resultado de um longo processo, processo este em que a pessoa não quis ouvir a voz misericordiosa do Senhor.

- Assim, antes que advenha a apostasia completa, a morte espiritual, o vômito da boca do Senhor, alguns efeitos imediatos já se fazem sentir na vida de quem está morno espiritualmente. Tais frutos são detectados pelos verdadeiros servos do Senhor que tudo discernem, embora de ninguém sejam discernidos (I Co.2:15), discernimento este que não tem outro propósito senão levar a cada servo do Senhor a buscar ajudar aquele que caminha perigosamente para a morte eterna, deles tendo piedade e salvando alguns, arrebatando-os do fogo (Jd.22,23).

- A primeira destas conseqüências imediatas é a desgraça. Jesus disse que aquela igreja era desgraçada, ou seja, não tinha a graça de Deus. A palavra grega é “talaitóros” (??????????), cujo significado é “pessoa em aflição, dificuldade, miséria, infelicidade”, um “coitado”. Quando se entra em estado de “mornidão espiritual”, perde-se a “graça de Deus”, ou seja, o “favor imerecido de Deus”, aquilo que Deus nos dá pelo Seu infinito amor, pela Sua misericórdia, não pelos nossos méritos.

- Quando se acha que é rico e que de nada se tem falta, a pessoa simplesmente rejeita a graça de Deus e o que é o homem sem esta graça? O que merece o homem se se retirar aquilo que recebe pela misericórdia divina? Um homem sem a graça, um homem “desgraçado” é um infeliz, é um coitado, é um ser que somente merece a condenação eterna, ser lançado fora da presença do Senhor e habitar, para todo o sempre, pela sua petulância e atrevimento, nas trevas exteriores, onde há pranto e ranger de dentes (Mt.8:12; 22:13; 25:30).

- A perda da graça de Deus é uma triste conseqüência da “mornidão espiritual”. Sem a graça de Deus, a pessoa murcha, como diz conhecido hino sacro. Não há mais vigor espiritual, o desânimo toma conta. A aflição, a angústia, a infelicidade, a perda de esperança, a falta de perspectiva passam a habitar o interior do “desgraçado”. Por isso, o “morno espiritual” foge, a todo custo, do pensamento das coisas que são de cima, preferindo correr em direção das coisas perecíveis, das ilusões e dos enganos passageiros deste mundo, porque, se parar para pensar nas coisas eternas, verá que não tem a graça, que é um infeliz, um coitado.

- Mas Jesus não disse apenas que o “morno espiritual” era um “desgraçado”. Também afirmou que ele era miserável. “Miserável” é aquele que tem carência de tudo, ou seja, que não tem coisa alguma, que é digno de compaixão, que se encontra numa situação lamentável, desprezível, que não vale coisa alguma. Esta é a situação de quem, tendo nascido de novo e iniciado sua caminhada com Deus, dEle se afasta, interrompe a sua carreira.

- Como diz conhecido cântico, “quem tem Jesus, tem tudo; quem não tem Jesus, não tem nada”. Esta expressão é baseada na afirmação bíblica de que quem confessa o Filho, tem também o Pai (I Jo.2:23b). Ora, quem tem a Deus, tem tudo, pois Deus é o dono de todas as coisas (Sl.24:1). Quem, porém, nega o Filho, diz o mesmo texto, não tem o Pai (I Jo.2:23a). Como Deus é o dono de tudo, quem não tem o Pai, não tem coisa alguma, nem a si mesmo, pois também nós somos de Deus, visto que criaturas Suas.

- A “mornidão espiritual” gera, deste modo, a “miséria espiritual”. O “morno” é um miserável, porque nada tem, não vale coisa alguma, é desprezível, tem falta de tudo. Por isso, aliás, os “mornos espirituais” estão a correr atrás de fama, posição social, dinheiro e emoções as mais variadas, entrando no círculo vicioso do hedonismo, da filosofia dos prazeres, que domina os nossos dias. Por que muitos crentes estão buscando, a todo custo, uma “alegria carnal”, emoções e “sentimentos fortes”, indo de um lado para outro para saciar a sua alma? Porque são miseráveis, não têm coisa alguma, estão vazios, desprovidos de qualquer espiritualidade e, como diz um conhecido provérbio popular, “quem tudo quer, nada tem”.

- A terceira conseqüência imediata da “mornidão espiritual” é a pobreza. Jesus diz ao anjo da igreja de Laodicéia (que representa toda a igreja, até porque, nesta carta, o Senhor, ao contrário de outras cartas, não faz qualquer ressalva ou exceção, dando a entender que não havia ali qualquer remanescente fiel) que ele era pobre. Apesar de dizer que era rico e que de nada tinha falta, aos olhos do Senhor, o que se via era tão somente pobreza espiritual. Esta pobreza não deve ser confundida com a “pobreza de espírito”, que o Senhor aponta como sendo a primeira bem-aventurança (Mt.5:3), pobreza esta que nada mais é que o sentimento de dependência de Deus, ou seja, exatamente o contrário da auto-suficiência, da arrogância apresentada pelos laodicenses. A palavra grega “ptochós” (??????) tem também o significado de “pedinte”, “mendicante” e a bem-aventurança está precisamente na circunstância de as pessoas reconhecerem a sua insignificância, a sua pequenez e pedirem a Deus que as acolha, em reconhecerem que devem se submeter ao Senhor, de viver debaixo do Seu senhorio.

- A “pobreza espiritual” apontada pelo Senhor Jesus na igreja de Laodicéia, porém, é a situação de carência, de falta de tudo pela ausência de Deus na vida. Os laodicenses diziam que eram ricos, que não tinham falta de coisa alguma, ou seja, rejeitavam qualquer ajuda de Deus, não queriam pedir-Lhe coisa alguma. Por causa disso, como não se submeteram ao Senhor, como não Lhe pediram coisa alguma, nada tinham. Eram pobres, carentes, despidos de qualquer riqueza espiritual.

- A “mornidão espiritual” é uma situação de pobreza. O morno não tem a presença de Deus na sua vida, não desfruta de qualquer bênção espiritual, apesar de o Senhor ter já abençoado o Seu povo com todas elas nos lugares celestiais em Cristo (Ef.1:3). Vive uma situação de penúria espiritual, de carência de toda e qualquer dádiva eterna. É, aliás, a situação descrita, segundo a história, por um cardeal da Igreja Romana que, instado pelo próprio Papa, que, em meio a tanta opulência material angariada pela Igreja, teria dito que não se poderia mais dizer, como Pedro e João, que a Igreja não tinha prata nem ouro, teria respondido: “É verdade, agora temos prata e ouro, mas, ao contrário de Pedro e João, não mais podemos dizer ao paralítico que se levante e ande”.

- Esta é a situação de pobreza espiritual causada pela “mornidão espiritual”. Há completa carência de bênçãos espirituais, não mais se vê a operação do poder de Deus, desapareceram os sinais e maravilhas, não há mais batismo com o Espírito Santo nem a manifestação dos genuínos e autênticos dons espirituais. Em seu lugar, aparecem “inovações”, as “neobesteiras pentecostais”, como bem afirmou o jornalista cristão Jehozadak Pereira. O poder de Deus é trocado pelo misticismo barato e vão, fruto de muito bem elaboradas técnicas de domínio das mentes, naturais e, não raras vezes, demoníacas.

- Não há mais pregações ungidas pelo Espírito de Deus e, como resultado, não se tem mais conversões nem crescimento espiritual dos crentes. O louvor que aproximava de Deus, que fazia o povo chorar e glorificar a Deus, que quebrantava os corações, foi substituído pelos balanços carnais, pelas músicas exaltadoras dos intérpretes e instrumentistas, que animam as danças e coreografias, que transformam os cultos em shows e instante de entretenimento. O convite ao pecador para se arrepender dos seus pecados foi trocado pela oferta de sensações e de riqueza material, a renúncia de si mesmo deu lugar à auto-exaltação e auto-afirmação diante de Deus, a ponto de se “exigir direitos” e “fazer determinações” ao Senhor Todo-Poderoso. Que miséria!

- A “mornidão espiritual” também gera, nas palavras do Senhor Jesus, a cegueira. A visão é o primeiro efeito do novo nascimento. Em Seu diálogo com Nicodemos, o Senhor disse que quem nasce de novo, vê o reino de Deus (Jo.3:3). Aquele que aceita a Cristo é iluminado pela luz do evangelho de Cristo (II Co.4:4). O povo de Deus é a luz do mundo (Mt.5:14), porque pôde ser iluminado pela luz do mundo (Jo.8:12).

- No entanto, a “mornidão espiritual” faz cessar esta visão e ela é substituída pela cegueira, a pior das cegueiras, pois é a cegueira de quem haja que vê. Como disse o Senhor, “se fôsseis cegos, não teríeis pecado, mas como agora dizeis “vemos”, por isso o vosso pecado permanece” (Jo.9:41). Como diz adágio popular, “o pior cego é aquele que não quer ver”. Eis a cegueira advinda da “mornidão espiritual”: a cegueira de quem não quer ver, de quem se recusa a contemplar, com os olhos da fé, as realidades espirituais.

- A cegueira espiritual leva os “mornos” a se desviar da verdade e a seguir doutrinas falsas de homens e até de demônios. A cegueira leva os “mornos” para as trevas, para a escuridão do mundo. O cego não vê a luz e, em termos de “mornos espirituais”, não quer ver a luz. Por isso, acaba cometendo pecados e um abismo chama outro abismo (Sl.42:7 “in initio”). Quem não vem para a luz, quem se afasta da luz é porque faz o mal e não quer sofrer a reprovação de suas obras (Jo.3:20). A cegueira leva às trevas e se a visão de alguém são trevas, diz o Senhor, quão densas são essas trevas (Mt.6:23) !

- Não devemos, pois, admirar as aberrações que, a cada dia, surgem no meio daqueles que cristãos se dizem ser. A cada dia que passa multidões e multidões passam a praticar verdadeiras abominações em nome de Deus ou a pretexto de servi-lO. Um sem-número de inovações e modismos, como vimos na lição anterior, chegam, instalam-se e conquistam o coração e a mente de muitos crentes, vários deles com anos e anos de fé. Como explicar isto? É a cegueira que resulta da “mornidão espiritual” em que estes se encontram.

- A última conseqüência imediata da mornidão espiritual apontada pelo Senhor à igreja de Laodicéia é a nudez. Nudez é a ausência de vestimenta, a falta de cobertura, a ausência de proteção. A nudez foi a primeira coisa que o casal primordial percebeu em si quando pecou. A nudez registrada na queda do homem é muito mais que a simples nudez física, mas esta nudez física também figura a nudez espiritual que, inclusive, impediu que o homem se apresentasse diante de Deus na viração daquele fatídico dia.

- A nudez causada pela “mornidão espiritual” é a perda da vestimenta da salvação, de justiça, que se alcançou quando da aceitação de Cristo Jesus como único e suficiente Salvador. Como sacerdotes de Deus, somos vestidos de salvação (II Cr.6:41) e esta vestimenta temos de manter até aquele dia, pois só teremos o revestimento da glorificação se não formos achados nus (II Co.5:1-3). A nudez representa, portanto, a perda da santidade, a perda da separação do pecado. Não é por outro motivo que o Senhor, ao Se referir ao remanescente fiel nas igrejas da Ásia Menor, sempre diz que estes servos usavam vestes brancas (Ap.3:5,18). Só podem estar diante de Deus aqueles cujas vestes estiverem brancas (Ap.4:4; 7:9,13). A nudez está vinculada à prática do pecado, à traição diante de Deus, à prostituição espiritual (Lm.1:8; Ez.16:36,37).

IV – AS PROMESSAS DE JESUS PARA DEBELAR A MORNIDÃO ESPIRITUAL

- Vimos que a conseqüência final e derradeira da mornidão espiritual é a perdição eterna. Jesus disse que vomitaria da Sua boca esta igreja por causa deste triste e lamentável estado espiritual. Por isso, a igreja de Laodicéia é o tipo da chamada “igreja apóstata” ou “igreja paralela”, a igreja que, por causa de seu desvio espiritual, não será arrebatada no final desta dispensação. Como se costuma dizer, em meio a tantas denominações, convenções, ministérios e comunidades, só há, diante de Deus, duas igrejas: a que vai ser arrebatada (“a que vai subir”) e a que não será arrebatada (“a que vai ficar”). A igreja de Laodicéia representa esta igreja que vai ficar, que não será levada pelo Espírito Santo ao encontro do Senhor nos ares.

- No entanto, Jesus é extremamente misericordioso e não quer que esta igreja fique. Seu desejo é que todos se salvem. Por isso, na Sua mensagem a esta igreja, apesar de, como a própria Verdade (Jo.14:6), dever dizer o que haveria de ocorrer com aqueles que se haviam ingressado no estado de “mornidão espiritual”, sendo, como é, a esperança da glória (Cl.1:27), lançou o Seu convite para que os “mornos espirituais” tornassem a ser fervorosos. Por isso, apesar de ter sido duro com a triste realidade espiritual daquela igreja, o Senhor apresenta um conselho àquela gente, a fim de que pudessem, enquanto fosse possível, voltar a ter comunhão com Ele.

- Apesar de vivermos dias difíceis de apostasia e de dificuldades crescentes no campo espiritual, não podemos desanimar nem achar que tudo está perdido. Não está tudo perdido, porque Jesus, Ele que é o Senhor de todas as coisas, não desanimou nem desistiu dos “mornos espirituais”, trazendo-lhes um conselho para que abandonem este estado de coisas. Jesus não é um acusador, como muitos “crentes”. Mostra os erros, não tolera o pecado, mas, simultaneamente, apresenta soluções para que a situação seja modificada radicalmente. Temos feito isto com aqueles que, à nossa volta, têm entrado na “mornidão espiritual”?

- O primeiro conselho dado pelo Senhor Jesus para pôr fim à “mornidão espiritual” é que se “compre dEle ouro provado no fogo, para que enriqueças” (Ap.3:18). Não há como dar um basta na “mornidão espiritual” sem que se busque fogo. A “mornidão espiritual” somente será debelada se a pessoa decidir mudar de vida, de direção. Assim como Moisés se virou para ver a sarça que ardia e não se consumia, o “morno espiritual” precisa voltar a andar em direção ao fogo, em direção a Jesus. Não há outro modo de se deixar a mornidão senão por intermédio de uma aproximação com Deus, ou seja, da retomada da oração, do jejum, da leitura e meditação na Palavra de Deus.

- Comprar de Jesus ouro provado no fogo nada mais é que pagar o preço da renúncia e do abandono dos desejos, paixões e vontades próprias. Trata-se de uma compra, ou seja, há o pagamento de um preço. Estamos dispostos a renunciar ao nosso ego, às nossas vontades, sonhos, projetos e paixões? Estamos dispostos a “abrir mão” dos nossos vícios e maus hábitos? Há um preço a pagar, um preço que é alto, porque se trata de “comprar ouro”, mas tudo o que fizermos nada significa diante do alto preço com que fomos comprados: o precioso sangue de Jesus vertido na cruz do Calvário! (I Pe.1:18,19).

- A compra do ouro fala-nos daquilo que é divino. Assim como a madeira representa a humanidade, o ouro é tipo daquilo que é de Deus. Assim, o que devemos buscar é o próprio Deus, o Seu ser, a comunhão com Ele. algo bem diferente da busca dos “benefícios de Deus”, como muitos têm apregoado por aí. Temos de ter esta disposição, este objetivo. Queremos pagar o preço para estar diante do Senhor. Para quê? Para reconhecer a Sua glória, o Seu poder, o Seu amor, a Sua misericórdia. Queremos servir a Deus pelo que Ele é, não pelo que Ele possa nos fazer.

- A riqueza espiritual depende desta nossa compra do ouro de Cristo provado no fogo. Não há outro meio de se enriquecer. Por isso, todas as propostas de “enriquecimento espiritual” que fujam deste modelo devem ser desconsideradas, porque são mentirosas. Não se enriquece espiritualmente voltando-se para dentro de si, como defende a Nova Era e as suas “variantes evangélicas”, muito menos se consegue o enriquecimento espiritual através de barganhas com o Senhor, de um toma-lá-dá-cá baseado em “obras” e “sacrifícios”. É preciso que estejamos dispostos a comprar o ouro de Cristo provado no fogo, de irmos à Sua busca, de renunciarmos a nós mesmos em função dEle. Só assim, fazendo o que Ele quer (e só o saberemos se tivermos uma vida de oração e leitura da Bíblia Sagrada), poderemos nos enriquecer espiritualmente.

- O segundo conselho dado pelo Senhor aos “mornos espirituais” é a compra de vestidos brancos a fim de cobrir a vergonha da nudez. Esta compra de vestidos brancos chama-se “santificação”. Sem a santificação, ninguém verá o Senhor (Hb.12:14). Devemos ser santos, i.e., separados do pecado, porque Deus é santo (Lv.20:7; I Pe.1:16). Para abandonar a “mornidão espiritual”, tem-se de pagar o preço da santidade, tem-se de se separar do pecado. A santificação é contínua, progressiva e não terá fim até a glorificação. Quem é santo, deve se santificar ainda (Ap.22:11). Quem quiser ter vida espiritual, precisa renunciar à impiedade e às concupiscências mundanas bem como viver neste presente século sóbria, justa e piamente (Tt.2:12).

- Num mundo onde o pecado se multiplica a cada dia, com conseqüências cada vez mais evidentes na vida de muitos que cristãos se dizem ser, somos convidados pelo Senhor a aumentar a nossa santificação. A “mornidão espiritual” caracteriza-se pelo conformismo com o pecado, pela adequação e adaptação ao mundo, por um “liberalismo” que já tem penetrado até mesmo nas lideranças do povo de Deus, mas quem quiser alcançar a glória, deve deixar tudo isto de lado e seguir o conselho do Senhor: comprar vestes brancas que cubram a vergonha da sua nudez.

- O terceiro conselho dado pelo Senhor Jesus para cessar a “mornidão espiritual” é a unção dos olhos com colírio para que se veja. Faz-se necessário que se tenha, novamente, a visão espiritual. Como se obtém esta visão? Mediante a unção com colírio. Que é esta unção com colírio? O colírio é uma substância líquida que é colocada nos olhos para aliviar ou curar alguma inflamação, alguma dor. O colírio era, desde a época da redação do Novo Testamento (e mui especialmente em Laodicéia, que se notabilizara por este tipo de tratamento), passado sobre os olhos, portanto, à maneira da unção. O colírio se apresentava, portanto, como um remédio que não só curaria a doença, como também traria alívio e conforto.

- O colírio aqui é uma figura do Espírito Santo. Só Ele pode devolver a visão ao pecador, que está cego por ação do deus deste século e não consegue ver o reino de Deus (II Co.4:4). O Espírito Santo convence o pecador do pecado, da justiça e do juízo (Jo.16:8) e o homem, então, pode ver o reino de Deus (Jo.3:3), percebendo que se trata de um incrédulo, de um injusto e que o deus deste século não passa de um condenado que aguarda a execução de sua sentença. Ao ter esta visão, o homem se arrepende dos seus pecados, crê em Jesus e nasce de novo, passando, então, a ter visão espiritual, vindo para a luz e se nela andar, tendo comunhão com os demais filhos de Deus, estará sempre sendo purificado pelo sangue de Cristo até aquele grande dia (I Jo.1:7). Para deixar a “mornidão espiritual’, é preciso dar ouvidos ao Espírito Santo e seguir a Sua direção.

- O quarto conselho de Jesus aos “mornos espirituais” é que sejam zelosos e se arrependam dos seus pecados (Ap.3:19). “Ser zeloso” ou “ser diligente” é “ser fervoroso”, ou seja, exatamente o contrário de “ser morno”. É “desejar ardentemente”, é “buscar”, é ser leal de modo intenso, em outras palavras, é não cessar de buscar a Deus, de se aproximar dele. É procurar se encher do Espírito, ter uma vida espiritual plena. É pensar nas coisas que são de cima (Cl.3:1,2). Mas, para que isto aconteça, é indispensável que haja arrependimento dos pecados, ou seja, que os pecados sejam confessados e não voltem mais a ser praticados. Trata-se de uma mudança de vida, de uma conversão.

- A convivência com o pecado, a tolerância com o pecado, a admissão de uma vida de “pecadinhos”, de “imperfeições”, a manutenção de uma vida dupla, uma vida de hipocrisia, com uma aparência externa de serviço a Deus e de uma vida escondida de pecado e iniqüidade jamais poderá fazer com que a pessoa se liberte da “mornidão espiritual”. A convivência com o pecado é um obstáculo intransponível para o retorno à comunhão com Deus (Is.59:1,2).

- O quinto conselho de Cristo para os “mornos espirituais” é o da convivência com o Senhor. O “morno espiritual” deixou Jesus fora de sua vida. O Senhor está à porta e bate, porque Se encontra do lado de fora. Como é triste deixar Jesus fora da nossa existência! Mas, quem quiser sair da “mornidão espiritual”, precisa pôr Jesus dentro de sua casa, ou seja, precisa não mais viver, mas permitir que Cristo viva nele (Gl.2:20). Como é maravilhoso quando suprimimos o nosso “eu” e deixamos Jesus entrar e cear conosco e nós com Ele. como é bom não mais viver, mas deixar que Cristo viva em nós. Que nosso comportamento seja como os dos discípulos que estavam no caminho de Emaús: “Fica conosco, Senhor, porque já é tarde, e já declinou o dia.” (Lc.24:29a). Que nossa oração seja a oração do poeta sacro O. Mota: “Breve a noite desce, noite de Emaús e meu ser carece de Te ver, Jesus. Companheiro amigo, ao meu lado vem. Fica, ó Deus, comigo, infinito Bem” (4ª estrofe do hino 419 do hinário Salmos e Hinos).

- Se for superada a “mornidão espiritual”, o Senhor, que não lembra das iniqüidades (Hb.10:17), fará com que aqueles que eram mornos e retomaram a sua caminhada espiritual, juntamente com aqueles que sempre estiveram fiéis, reinem com Ele, assentando-se no próprio trono do Senhor, à direita do Pai, com a plenitude da glória. Compartilhar a glória de Deus, ser um só com o Senhor, isto é o que está reservado para todos aqueles que abandonarem a “mornidão espiritual”. Como comparar as coisas fúteis desta vida com o que está prometido por aquele que é a testemunha fiel e verdadeira? Como trocar esta convivência eterna com quem tanto nos ama por prazeres passageiros, por “neobesteiras pentecostais”, por uma vida de hipocrisia e engano?

- Mesmo que tenhamos de pagar um preço por esta manutenção do aquecimento espiritual, devemos ter a mesma perspectiva que tinha o apóstolo Paulo, que dizia: “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Rm.8:18). Querido(a) irmão (ã), não temos como comparar o que nos está reservado, pois, como dizem os poetas sacros Jonathan Bush Atchinson e Otis F, Presbrey, numa visão assaz otimista, “metade da glória celeste, jamais se contou ao mortal” (segunda parte da estrofe do hino 625 da Harpa Cristã). Sejamos fervorosos, porque os mornos lá não hão de entrar. Amém!

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